quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Semana da Educação reflete sobre o TDAH em sala de aula

 Palestrante orientou os profissionais sobre como lidar com a desatenção, hiperatividade e impulsividade nas crianças


 Na segunda noite de palestras, nesta terça, 5, a 18ª Semana da Educação recebeu a médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva. A profissional falou a quase 800 pessoas sobre Mentes inquietas – TDAH: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Dentre inúmeras atividades, ela fez consultoria à novelista Glória Peres, em Caminho das Índias, para a construção da personagem Yvone, uma psicopata, vivida pela atriz Letícia Sabatella e, novamente, auxilia a autora em outro trabalho.



 Ana Beatriz realizou uma palestra descontraída. Filha de educadores, a médica destacou que o professor pode perceber alguns sinais de TDAH nos alunos e, que nesse momento, o apoio e afeto são fundamentais. “O afeto entre o docente e a criança com déficit de atenção pode mudar tudo. Os portadores de TDAH são extremamente amorosos e fazem tudo para agradar as pessoas”, explicou. Ao longo da apresentação, orientou sobre como identificar alguns sintomas da doença e sobre como proceder em sala de aula.



 Logo no início revelou que é portadora do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). O diagnóstico foi aos 19 anos, quando participava de um congresso internacional. “Fui ouvir um trabalho sobre suicídio infantil. No entanto, perdi o horário e acabei entrando em outro. Quando vi, estava diante do professor John Ratey, um dos maiores autores sobre TDAH. Parecia que falava sobre mim. No dia seguinte o procurei, fiz alguns testes e fui diagnosticada. Voltei para o Brasil, comecei a tomar os medicamentos e tudo mudou. É como ter miopia e não usar óculos. A vida fica toda embaçada. Um dia você coloca os óculos e descobre que ela é cheia de detalhes”, disse.




  Sobre o TDAH
 O TDAH inicia na infância e os sintomas podem perdurar em 70% dos adolescentes e adultos. O transtorno atinge tanto meninas quanto meninos. Em média, 6% da população em geral sofrem com o problema. Entre crianças em idade escolar o índice pode variar entre 8 e 10%. “Quando adultos, não que os sintomas desapareçam, mas as pessoas aprendem a lidar melhor com a situação. O déficit de atenção não tem cura. No entanto, há tratamento”, explicou.



 Público marca presença
 Para a psicóloga Marina Antunes Catunda Campos, este é um tema que não pode faltar na Semana da Educação. “Palestras como esta trazem informações e esclarecem muitas dúvidas. A psicologia estuda muito sobre o tema. Por isto, é importante ouvir profissionais renomados falarem sobre TDAH. Uma equipe multidisciplinar é necessária para o acompanhamento adequado dos estudantes”, defendeu.





Maria Isabel Marrique, assistente de desenvolvimento da infância da Emeb Iracema Carvalho Arten, também concorda com a psicóloga. “Após os ensinamentos da médica será possível trabalhar melhor com as crianças portadoras de TDAH. A palestra veio nos dar uma direção”, destacou.
 Vera Cristina do Prado, educadora na Emeb Cleonice Nascimento Pinto, afirma que o tema é uma preparação para a inclusão de crianças. “Estas informações são importantes para trabalhar o dia-a-dia em sala de aula”.
 A Semana da Educação ocorre anualmente e é realizada especialmente para os profissionais da rede municipal. A próxima palestra, nesta quarta, 6, é de Gustavo Cerbasi – eleito em 2009 um dos brasileiros mais influentes, segundo a revista Época.















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